M-commerce: você está fazendo da maneira certa?

A 43ª edição do Relatório Webshoppers, realizado pelo E-bit, traz dados animadores para quem vende online. O comércio eletrônico cresceu 41% no comparativo de 2020 com o ano de 2019. De lá para cá, praticamente 1 em cada 3 brasileiros concretizou uma compra online.

Porém, um dado que merece destaque é o mobile commerce (ou m-commerce): entre as 194 milhões de transações realizadas em 2020, cerca de 106 milhões de pedidos foram concluídos via smartphone ou tablet. Essas transações representaram aproximadamente 55% de todo o volume de pedidos, alta de 8,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

O que é mcommerce

O conceito de mobile commerce (ou m-commerce) foi trazido por Kevin Duffey em 1997, em um Fórum Global sobre o assunto. Duffey definiu m-commerce como “a capacidade do comércio eletrônico de estar diretamente nas mãos do consumidor, em qualquer lugar, via tecnologia wireless”. Para simplificar, mobile commerce também pode ser considerado por muitos como “o varejo de bolso”.

Os números das últimas pesquisas realizadas por empresas como E-bit revelam que mais do que uma tendência (que poderia ser passageira), o mobile commerce veio para ficar – e vai exigir que os gestores de lojas virtuais se adaptem a essa nova forma de consumir informações e produtos. O m-commerce abrange todas as transações feitas via dispositivos móveis, não apenas em lojas virtuais.

Principais meios de pagamento do mobile commerce

  • Contactless – Pagamento feito via smartphone em estabelecimentos físicos. Basta ter o cartão de crédito salvo no celular e tocar o dispositivo em um leitor de QR Code para processar o pagamento.
  • Cartões de crédito e débito – O cartão de crédito é o meio de pagamento mais comum nas transações do m-commerce. Cartões de débito são geralmente associados ao PayPal.
  • Boleto bancário – Os boletos bancários são vantajosos para pagamentos à vista, mas pouco práticos do ponto de vista do mobile commerce, já que a alternância de janelas não é tão simples quanto em desktops.
  • Cartões-presente e cupons – Podem representar todo valor de uma compra ou parte dele.
  • Transferência via Pix – nova forma de pagamento liberada pelo Banco Central em 2020, trata-se de um tipo de transferência bancária que pode ser realizada via internet banking a qualquer hora e em qualquer dia da semana.

Estratégias em mobile commerce

Veja quais são as tendências que a sua loja deve acompanhar para conseguir oferecer a melhor experiência em dispositivos móveis – tudo isso sem se esquecer da experiência dos usuários de desktops e laptops.

Mobile first

Mobile first é um modelo de planejamento e desenvolvimento de websites. O gestor, primeiro, deve pensar em adaptar o conteúdo às menores telas possíveis, garantindo a usabilidade. Depois, pensar na versão web, fazendo o caminho contrário do que era feito até então.

A aplicação de uma metodologia mobile first costuma render resultados mais satisfatórios do que a abordagem web first. Primeiro, porque o conteúdo será adaptado e “comprimido”, prezando a usabilidade em telas menores e consumindo menos dados de navegação. Além disso, o tempo de carregamento da versão web é reduzido significativamente por conta disso, melhorando também a experiência em desktops e laptops.

Embora não seja um território tão confortável quanto o desenvolvimento para web, é uma oportunidade de gerar vantagem competitiva e “fisgar” o tráfego que chega ao seu site via dispositivos móveis, melhorando a experiência e aumentando as chances de conversão.

Usabilidade

Você pode implementar alterações simples na versão mobile do seu site para começar a ver mudanças no comportamento dos seus visitantes. A partir daí, comece a traçar uma estratégia para pensar em como melhorar a experiência do seu usuário do m-commerce. Aqui vão algumas dicas:

Organize as categorias de produtos – O menu lateral tem sido a melhor opção para melhorar a navegação em versões mobile de sites. Para facilitar a navegação do seu usuário, você pode começar organizando as categorias de produtos limitando-se a 7 categorias-mãe, número utilizado pela maioria dos grandes e-commerces.

Adapte o conteúdo à tela – O visitante não precisa deslizar os dedos sobre a tela para ler ou visualizar os elementos da página. Seu site deve respeitar as dimensões e a usabilidade na maior variedade de dispositivos.

Afaste links e botões – Certifique-se de que os elementos “clicáveis” do seu site não estejam muito próximos uns dos outros. O seu visitante pode esbarrar o dedo em um link indesejado e ser direcionado a uma página em que não tinha interesse. Isso pode ser suficiente para fechar a janela da sua loja.

Não use pop-ups – Em janeiro de 2017, o Google anunciou novas atualizações em seus robôs. As novidades afetam especialmente o ranqueamento de páginas que utilizam pop-ups em suas versões mobile.

Estabeleça um tamanho de texto – Certifique-se de ter um texto legível, inclusive nas menores telas.

Entenda quem são seus clientes – Acesse o Google Analytics do seu site para saber mais sobre o tráfego mobile, quais são os dispositivos e respectivos sistemas operacionais, além do tamanho da tela. Isso pode ajudá-lo a entender mais sobre as adaptações necessárias ao m-commerce.

Fotos de produtos – Ofereça uma variedade de fotos dos seus produtos e permita que o cliente amplie as imagens.

Carrinho amigável – Para melhorar a experiência do seu cliente, seu mobile commerce deve possuir a funcionalidade de salvar produtos no carrinho. Assim, sempre que voltar ao catálogo, o cliente não perderá os produtos adicionados.

Facilite o checkout – Uma das principais queixas do consumidor para evitar as compras online é o preenchimento de formulários. Por isso, facilite o sign up (criação de cadastro) e o login, dando a opção de acesso via Facebook ou Google para encurtar o preenchimento de dados como nome, e-mail e senha. Assim, o cliente precisará preencher apenas os dados de pagamento e o endereço do pedido. Certifique-se de desabilitar o corretor automático no smartphone do usuário na etapa de preenchimento de formulários.

Menos tablets, mais smartphones e “phablets

De acordo com um levantamento feito pela IDC (International Data Corporation), o segundo trimestre de 2020 registrou 438 mil tablets vendidos no Brasil contra 705 mil vendidos no mesmo período de 2019. 

A diminuição do consumo de tablets se explica pelo longo ciclo de vida dos tablets e pela popularização dos phablets, smartphones com telas maiores e funções semelhantes. 

Isso significa que embora as estratégias mobile first tenham que ser pensadas considerando também os tablets, pode ser hora de dar foco às telas menores de smartphones.

Apps e redes sociais

Uma pesquisa feita pela Criteo revelou que os usuários de dispositivos móveis passam cerca de 90% do tempo utilizando apps – e apenas 10% do tempo em mobile browsers. A maior parte do tempo gasto em apps (80%) acontece no Facebook, Whatsapp e Instagram.

Tanto o tempo gasto em browsers quanto a preferência pelas redes sociais podem conduzir a insights interessantes para quem pensa em m-commerce. Os dois principais são:

Redes sociais – O Instagram foi um dos primeiros apps desenvolvidos seguindo a metodologia mobile first. Embora possa ser visualizado em desktops, suas funcionalidades podem ser levadas ao máximo quando utilizadas em dispositivos móveis. Para quem pensa em mobile commerce, promover os produtos no Instagram e no Facebook pode ser uma boa chance de atrair mais visitantes via mobile.

Apps – Embora 90% do tempo seja utilizado em apps e grande parte desse tempo em redes sociais, os apps são uma vantagem em termos de usabilidade e velocidade.

+ Conheça dicas para vender mais usando o Instagram

Previsões para o m-commerce até 2025

Um recente estudo divulgado pela Juniper Research prevê que o m-commerce terá um crescimento significativo no mundo até o ano de 2025. O estudo indica que o mobile commerce deve movimentar cerca de US$ 3,1 trilhões em 2025. Em 2020, as compras via dispositivos móveis movimentaram cerca de US$ 2,1 trilhões no mundo inteiro.

Parte desse crescimento vem da aceleração que a pandemia causou na migração das transações offline para online e com o aumento da quantidade de carteiras digitais.

O estudo mostra, inclusive, que o tipo de pagamento Compre agora, pague depois (em inglês com a sigla BNPL – Buy Now, Pay Later) será uma grande tendência para os próximos anos. Esse novo tipo de pagamento permite que os consumidores paguem por suas compras por meio de empréstimos de curto prazo que, na maioria das vezes, não possuem taxas de juros. O BNPL visa impactar os consumidores que não possuem conta bancária e que, consequentemente, não têm acesso à cartões de crédito ou débito. No Brasil, cerca de 34 milhões de brasileiros não possuem conta em banco.

Leia também:

+ Comportamento do consumidor: entender para vender

+ Pix no e-commerce: o que é e como começar a usar

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